A decomposição não para
O cadáver continua apodrecer vagarosamente
Os vermes se deliciam com a carne do defunto
Os urubus com seus olhos famintos continuam ao redor
E a noite cai e com ela vem a imagem do terror
Ninguém ousa perturbar aquele silencio ensurdecedor
Os gritos das almas sofridas e penadas se calam, aquela
ausência de som
Tudo está em uma falsa paz
E os vermes continuam decompondo a carne morta dos restos
mortais
Daqueles que um dia viveram como nós e com nós
Não podemos saber o que acontece no interior do caixão
quando ele é sepultado
É uma relação intima entre os vermes e o defunto
Uma roda que não para de girar
É o fim e ao mesmo tempo o começo
E nossos ancestrais continuam conosco
Mesmo sem perceber
Eles fazem parte da terra
E nós viemos dela e dela iremos embora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário