quarta-feira, 4 de julho de 2012

MANHÃ BRANCA DE NATAL


Álcool, dor, lagrimas, desabafo
É assim que eu me lembro daquele dia
A manhã branca no natal
O sofrimento de pessoas marcadas
Infância difícil e complicada
Mãe louca, pai cúmplice
Talvez seja essa a definição
Pelo menos é a que eu ouvir

Família complexada
Absolutamente
A violência inerente a todos
Desmedida
Fatal
A garota fraca se mata
O passado fica em silencio
Ninguém comenta
É o medo?
De sofrer?
De não dormir de noite?

Remédios controlados
Sinônimo de fuga
E o som do piano continua alto
Como uma trilha sonora de um filme europeu

E o silencio daquela manhã branca de natal
Foi rasgado e maculado das vozes
Chorosas;
Sofridas;
Que ecoam na minha cabeça
E não param e não param
Não adianta tampar os ouvidos
O grito de dor é mais alto
Fechar os olhos e dormir?
Impossível

Não resta mais nada
Só resta esperar
As lagrimas vão secar
As feridas continuarão
E talvez nem o tempo seja capaz de fechá-las.

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